Embora a maior preocupação no momento seja o imunizante contra a COVID-19, existe outra vacina que também é muito importante: a vacina da febre amarela.
De acordo com um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, entre julho de 2019 e janeiro de 2020, mais de 300 casos de febre amarela foram notificados em todo o Brasil em humanos.
Sendo assim, trouxemos um compilado de perguntas e respostas imprescindíveis para entender melhor a doença em si e o papel importantíssimo da vacina. Confira!
O que é febre amarela e como ela é transmitida?
A febre amarela é considerada uma doença viral com potencial grave, sendo que boa parte dos infectados apresenta nenhum ou pouquíssimos sintomas.
Quando há sintomas, pode-se observar quadros de febre alta, calafrios, dor de cabeça, cansaço, náuseas, dor muscular e vômitos por três dias aproximadamente.
Após dois dias de bem-estar, a pessoa pode melhorar ou evoluir para um estado mais grave, tendo insuficiência hepática e renal, hemorragias, cansaço intenso etc.
No ciclo silvestre da doença, mosquitos das espécies Haemagogus e Sabethes podem tanto infectar primatas não humanos quanto nós, servindo como transporte do vírus.
Já no ciclo urbano, quem costuma ter o papel de vetor é o nosso velho conhecido Aedes Aegypti, responsável por doenças como zika vírus, chikungunya e dengue.
Apesar de a transmissão urbana ter sido controlada desde 1942, a forma silvestre é endêmica, ou seja, veremos casos de epidemias e surtos de tempos em tempos.
Como funciona a vacina da febre amarela?
Levando em consideração que essa doença já marcou presença em mais de 40 países, a medida mais eficaz de contenção é a vacina contra a febre amarela.
Inclusive, para quem mora em um desses países e pretende viajar para uma localidade sem a doença, exige-se um certificado internacional de vacinação para emitir o visto.
No Brasil, a vacina é utilizada desde 1937, sendo que a imunização é adquirida por meio do vírus em sua forma enfraquecida.
Com uma eficácia de cerca de 98%, a vacinação pode estimular a produção de anticorpos no organismo e nos proteger, principalmente, da fase grave da doença.
O efeito protetor começa a dar sinal por volta do décimo dia, garantindo imunidade aos pacientes por, pelo menos, dez anos.
Quem deve tomar?
A vacina da febre amarela consta no calendário anual de vacinação proposto pelo Programa Nacional de Imunização.
A priori, a vacina deve ser indicada para pessoas entre 9 meses e 60 anos, que fazem parte das áreas de risco ou que vão viajar para locais do tipo.
As principais regiões brasileiras em que as pessoas devem tomar a vacina são os locais de matas e rios, tais como:
- todos os estados da Região Norte;
- todos os estados da Região Centro-Oeste;
- Maranhão;
- sudoeste do Piauí;
- oeste e extremo sul da Bahia;
- Minas Gerais;
- oeste de São Paulo;
- norte do Espírito Santo;
- Paraná;
- Santa Catarina;
- Rio Grande do Sul.
Para os idosos com mais de 60 anos, que nunca receberam a vacina, os médicos devem levar em consideração os riscos adversos por conta da idade ou comorbidades.
No caso das grávidas e até no período de amamentação, elas só devem se vacinar contra a febre amarela se houver um risco muito elevado de adquirir a doença.
Quantas doses são necessárias?
Para as crianças de 9 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, indica-se uma dose aos 9 meses e um reforço da vacina aos 4 anos.
Depois dos 5 anos, caso a pessoa já tenha recebido a vacina, não é necessário receber uma 2ª dose, no entanto, se não foi vacinada, torna-se essencial uma 1ª dose.
Desde 2017, o Brasil segue as recomendações de aplicar apenas uma dose da vacina por toda a vida, dependendo é claro da condição médica da pessoa após 10 anos.
Em situações em que o suprimento é limitado, utiliza-se também a estratégia do fracionamento, isto é, a aplicação de 1/5 de uma dose regular para proteger por 1 ano.
Há contraindicações?
Evidente que não poderíamos deixar de informar a possibilidade de contraindicações da vacina, pensando até em eventos colaterais ou demais problemas médicos.
As crianças até seis meses e os adultos com mais de 60 anos se encontram na faixa de pessoas contraindicadas a tomar a vacina da febre amarela, mas também estão:
- mulheres em período de amamentação (mas se a vacinação não puder ser evitada, deve-se suspender o aleitamento materno por 10 dias);
- pessoas portadoras de doenças que prejudicam o sistema imune, tal como a infecção pelo vírus HIV ou mesmo um câncer;
- pacientes que estão submetidos a transplante de órgãos;
- pessoas que tenham alergia a ovos, uma vez que a vacina é preparada em ovos embrionados de galinha;
- pessoas que tenham alergia a eritromicina, pois é o antibiótico que faz parte da composição da vacina.
Quais são os cuidados que deve ter antes e depois da vacinação?
Não há necessidade de cuidados especiais antes de se vacinar contra a febre amarela, mas se a pessoa estiver com febre, o ideal é adiar a vacinação até haver melhora.
É importante lembrar que não se deve aplicar simultaneamente com a vacina tríplice viral em crianças até 2 anos de idade, aguardando então um intervalo de 30 dias.
Após a injeção, evite coçar ou aplicar cremes e pomadas na região onde foi aplicada a vacina, lave com água e sabão e, se preciso, faça compressas frias para aliviar a dor.
Se surgir qualquer sintoma grave ou mesmo inesperado após a aplicação da vacina, deve-se procurar o serviço médico que realizou o procedimento o quanto antes.
Quais são os possíveis efeitos adversos?
Basicamente, a vacina em si produz poucos efeitos colaterais, no entanto, pode acontecer da pessoa se queixar de febre e dores entre 5 a 10 dias depois da aplicação.
Embora seja raro de acontecer, eventos mais graves como reações alérgicas, doenças em órgãos e doenças neurológicas como meningite e encefalite podem surgir.
O choque anafilático também é um evento grave e raro, cujos sintomas são coceiras, vermelhidão, inchaço nos olhos, dificuldade de respirar e aumento dos batimentos.
Porém, de uma maneira geral, a aplicação da vacina é bem segura e os principais efeitos, se houver, podem ser administrados com tranquilidade após a aplicação.
Para concluirmos, fica o lembrete de que haja bom senso da população para não tomar doses desnecessárias de vacina da febre amarela, uma vez que isso pode prejudicar o abastecimento em áreas de risco.
Gostou do texto e quer mais informações relevantes? Então, aproveite que está aqui e descubra como prevenir o aparecimento de doenças preexistentes em sua família!