Você sabia que 25% dos pacientes brasileiros não tratam o hipotireoidismo? Afinal, como lidar com a tireoide e qual é a importância do exame T4 livre?
A tireoide é uma glândula que fica no nosso pescoço, um pouco abaixo da laringe, e que exerce funções importantíssimas no organismo, especialmente no que diz respeito à produção de energia.
A seguir, veja o que é, para que serve e como realizar exames laboratoriais de T4 livre, bem como as diferenças entre hipotireoidismo e hipertireoidismo. Confira!
O que é e para que serve o hormônio T4?
A princípio, vale lembrar que tanto o hormônio T4 (tiroxina) quanto o T3 (triiodotironina) são produzidos pela glândula tireoide e lançados no sangue.
Esses hormônios têm a incumbência de atuar em todas as células do nosso corpo, a fim de regular o metabolismo e ditar as regras de produção de energia.
Ou seja, calorias, glicose e oxigênio estão à mercê das decisões desses hormônios, de modo que tenhamos energia suficiente para dar conta do recado no dia a dia.
Porém, o T4 em si é um pró-hormônio, isto é, um precursor do T3, haja vista que 80% de T4 que chega no fígado, baço, rins, músculos ou gordura, por exemplo, vira T3.
Em termos práticos, medir a dosagem de T4 livre é necessário para apurar a quantidade de hormônios T3 na corrente sanguínea, sendo mais útil para análise.
Exames de rotina são importantes para evitar a ocorrência de T4 livre alto, que pode resultar em sintomas como ansiedade, insônia, perda de peso, irritabilidade etc.
Exame T4 livre e TSH: qual é a diferença?
O exame TSH tem a missão de avaliar a dosagem de hormônio produzido pela hipófise, que, por consequência, induz a tireoide a produzir T3 e T4 no corpo.
É o prognóstico inicial para pressupor qualquer anormalidade acometida na tireoide, cuja análise ajuda a combater possíveis casos de hipotireoidismo e hipertireoidismo.
Já o exame T4 livre tem o objetivo de averiguar a quantidade de T4 total e T4 livre, servindo então como uma investigação complementar da análise de TSH.
No caso, o T4 total corresponde à quantidade absoluta de hormônio produzido, avaliando tanto o que se conjuga em proteína quanto a porção livre no sangue.
Já o T4 livre é bem mais específico, uma vez que permite apurar melhor o funcionamento da tireoide, dosando a quantidade que está funcional no organismo.
O que é hipotireoidismo e hipertireoidismo?
Basicamente, o hipotireoidismo é uma doença que resulta da produção insuficiente de hormônios pela tireoide e, consequentemente, excesso de hormônio TSH.
Entre os principais sintomas, os pacientes podem apresentar colesterol alto, depressão, queda de cabelo, lapsos de memória, intestino preso, cansaço, ganho de peso etc.
Já o hipertireoidismo é exatamente o contrário do primeiro, pois há um excesso de hormônios T3 e T4 no sangue e níveis de TSH escassos.
Com isso, o hipertireoidismo pode resultar em palpitações cardíacas, sensação de calor excessivo, insônia, diarreia, nervosismo, perda de peso, tremores e calafrios.
Como é feito o exame T4 livre?
Pois bem, o T4 livre é analisado por meio de exame de sangue, sendo importante avisar o laboratório sobre o consumo de medicamentos de uso contínuo.
No caso das mulheres, torna-se imprescindível avisar se há o uso de anticoncepcional ou mesmo se está grávida, a fim de zelar pela análise correta dos índices.
Quanto ao jejum, pede-se o mínimo de três horas para a coleta, sendo um procedimento simples e que, até mesmo, pode fazer parte de um check-up de rotina.
Se os valores de referência apresentarem alteração, recomenda-se a realização do exame de dois em dois meses para monitorar melhor o estado de saúde da pessoa.
Essa análise não dispõe de contraindicações e muito menos exige algum preparo específico, sendo que o tempo de coleta costuma durar entre 5 e 10 minutos.
Quando realizar o exame?
Siga sempre as orientações do profissional de saúde responsável, tendo em vista que a solicitação pode ser para avaliar complicações existentes ou somente rotina.
Como os valores podem variar durante o dia, principalmente no exame de TSH, a recomendação é que faça a coleta pela manhã em um laboratório de análises clínicas.
O exame T4 livre costuma ser pedido quando há situações como aumento ou diminuição do metabolismo, infertilidade feminina, nódulos na tireoide etc.
Os endocrinologistas podem solicitar essa análise também quando o exame de TSH apresenta alterações, definindo depois o diagnóstico e o melhor tipo de tratamento.
A requisição e, naturalmente, a periodicidade do exame pode aumentar após os 35 anos, porque a partir dessa idade a tireoide passa por alterações mais frequentes.
Quais são os valores de referência?
De modo geral, basta apenas avaliar os níveis de TSH e T4 livre para indicar o funcionamento da tireoide e, com isso, cuidar melhor da saúde dos pacientes.
Se você tem interesse em saber como interpretar as informações do exame, antes de qualquer coisa é preciso conhecer os valores de referência dos hormônios, que são:
- 0,3 a 4,0 mU/L para TSH normal;
- 0,9 a 1,8 ng/dl para T4 livre normal.
Já no caso das grávidas, para o primeiro trimestre de gestação espera-se valores entre 0,1 e 3,6 mUI/L, enquanto nos outros meses os níveis ficam entre 0,4 e 4,3 mUI/L.
Claro que pode haver pequenas variações de laboratório para laboratório, sendo que níveis muito aquém da realidade devem ser avaliados por especialistas.
Quais outros exames podem servir para avaliar a tireoide?
No intuito de se prevenir quanto ao hipotireoidismo e hipertireoidismo, existem outros exames que podem complementar o diagnóstico e oferecer mais métricas de análise.
Além da dosagem do hormônio estimulador da tireoide e dos hormônios produzidos por essa glândula, os médicos podem recomendar os seguintes exames:
- dosagem de anticorpos — dosa a quantidade de anticorpos, produzidos para lidar com doenças autoimunes, contra a tireoide que o nosso corpo produz;
- ultrassonografia da tireoide — para analisar o aspecto e tamanho da glândula, a fim de apurar se há nódulos, cistos ou mesmo tumores;
- cintilografia da tireoide — tem a incumbência de verificar o nível de atividade da glândula e possíveis nódulos;
- biópsia da tireoide — é mais específica e define se um possível nódulo na glândula é de origem benigna ou maligna;
- autoexame da tireoide — a intenção é verificar qualquer saliência na tireoide ou mesmo deformidades no pescoço por meio da visão e do tato.
Para finalizarmos, veja que fazer o exame T4 livre é de suma importância para se prevenir quanto ao aparecimento de doenças, bem como monitorar o funcionamento ideal do nosso metabolismo.
Gostou do conteúdo e quer saber mais sobre exames clínicos? Então, aproveite que está aqui e saiba quais exames devem ser feitos em um check-up completo!